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Foto do escritorClínica Médica Assis

Anestésico pode impedir que depressão cause perda de prazer ou interesse


" Uma nova pesquisa, publicada no periódico Neuron, revelou que o anestésico cetamina faz com que, em situações semelhantes às causadas pela depressão em humanos, primatas não sofram com a perda de interesse ou prazer, sintomas comuns desse transtorno mental. A ciência ainda não sabe explicar por que a anedonia (a perda de interesse, prazer ou excitação a atividades que o indivíduo já considerou prazerosas) e a depressão têm uma relação. Mas o estudo realizado por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriu que uma região do cérebro chamada "área 25" pode estar por trás dessa interação.


"Compreender os circuitos cerebrais subjacentes a aspectos específicos da anedonia é de grande importância", diz o principal autor da pesquisa, Laith Alexander. "Não apenas por causa da anedonia ser uma característica central da depressão, mas também por ser um dos sintomas mais resistentes ao tratamento."


A depressão é uma doença que está cada vez mais em evidência. Nosso estilo de vida, hábitos alimentares e pressões das mais diversas, além das questões biológicas, fazem com que essa doença se manifeste, atingindo pessoas dos mais variados perfis. Apesar disso, os métodos de tratamento são os mesmos há 40 anos.


Funcionamento da nova droga

Grande parte dos remédios para depressão disponíveis no mercado funcionam através da manipulação de receptores de serotonina, mensageiro químico que desempenha um papel fundamental na regulação do humor. Já a medicação à base de cetamina trabalha de uma forma diferente, se aproveitando de um mecanismo que altera receptores de NMDA.


Assim como a serotonina, o NMDA possui importantes funções na regulação do humor, mas também é responsável por manter as sinapses do cérebro flexíveis e resilientes. Essa delicada estrutura é responsável pelos nossos pensamentos, e a depressão parece fazer com que elas encolham — e, em alguns casos, até morram. Os tratamentos disponíveis atualmente, segundo cientistas, auxiliam na reconstrução dessas ligações de maneira indireta e, por isso, levam um tempo considerável para alcançar o efeito desejado.


A cetamina, ao contrário dos medicamentos antigos, tem sua ação diretamente nessas sinapses, reconectando os receptores NMDA de forma eficiente e inibindo os sintomas de depressão em questão de horas. Um estudo feito em 2012 sobre o assunto analisou a atuação do novo medicamento, constatando que ele possui grande habilidade em reduzir efeitos da depressão em pacientes que já não respondiam mais à medicação disponível. A empolgação com a cetamina foi tanta que os autores do estudo a chamaram de “maior descoberta dos últimos 50 anos”.


Assim como qualquer remédio, ela possui vários efeitos colaterais, mas o que mais preocupa os pesquisadores são os relatos de experiências dissociativas, a sensação conhecida como “sair do corpo”. Especialistas temem que essas reações acabem gerando resistência ao uso do medicamento, por se tratar de uma sensação negativa para algumas pessoas; por outro lado, isso pode ser estimulante para outras, criando vício no uso do produto.




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